Laboratório de Ciências: agosto 2014

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Projeto “Bambu: a madeira do futuro?”

7º ano - Prof. Valter/ Prof. Suéllen

Introdução

Ao mesmo tempo milenar e atual, o bambu é sem dúvida, um dos materiais mais interessantes de nossos tempos. Uma planta fascinante com mais de 4.000 usos catalogados e 3.500 anos de historia oferece múltiplas possibilidades O bambu é uma cultura que precisa da intervenção do homem para se desenvolver de forma saudável. Quando usado de forma correta, é um dos materiais mais auto-sustentáveis que conhecemos.
Ao longo dos anos o uso do bambu, antes restrito às atividades artesanais e ao paisagismo, vem gradualmente se direcionando para a área industrial. As características de rápido crescimento e rusticidade tornam esta aplicação extremamente interessante e competitiva em relação a outras fontes no nosso país. O bambu é considerado um material de grande potencial por apresentar baixo custo de produção, crescimento rápido e de fácil manejo. É apto a ser utilizado em grandes áreas de reflorestamento, com a vantagem de se reproduzir assexuadamente não necessitando de replantio. Ele também possui funções ambientais, como absorver grandes quantidades de carbono, conter erosões e diminuir a pressão sobre as florestas naturais, uma vez que suas propriedades físico-mecânicas lhe conferem diversos usos que podem substituir a madeira.
No Brasil, o bambu é encontrado em quase todo o território e em quantidades consideráveis. No entanto é ainda pouco explorado e pesquisado. Entretanto, dentre as inúmeras possibilidades de utilização ao natural ou processado, algumas delas têm contribuído para sua divulgação e conhecimento no Brasil. Exemplos de países vizinhos e o conhecimento trazido de países asiáticos estão contribuindo para iniciativas que envolvem o bambu como matéria-prima.

O bambu é uma planta do período cretáceo, antes do inicio da era Terciaria quando surgiu o homem. Com aproximadamente 1.300 espécies e 70 gêneros ao redor do globo, principalmente nos trópicos e regiões temperada, existem bambus de 15 cm até 40 metros de altura com diferentes cores e formatos. Os bambus nativos crescem em todos os continentes, com exceção da Europa, sendo que, aproximadamente 62% das espécies são nativas da Ásia, 34% das Américas e 4% da África e Oceania.

Na Ásia, desde os tempos pré-históricos, o bambu tem sido fonte de muitas aplicações. Dele os asiáticos obtêm alimento, vestuário, medicamento, além de outras aplicações domésticas, rurais e industriais. Foi utilizado em grandes invenções como as pontes suspensas, cúpulas de templos, avião, helicóptero e motor a explosão. Grandes rodas hidráulicas e canaletas feitas de bambu são utilizadas para mover máquinas e transportar água verticalmente. O carvão obtido de certas espécies é utilizado para produzir medicamentos e também baterias elétricas. Os brotos de bambu servem como alimento, sendo consumidos no Brasil ao natural ou em conserva. Como matéria prima para a fabricação de papel celulose, tem vantagem em relação à madeira e outras fibrosas, por ter fibras longas, seu crescimento ser rápido, boa produtividade e reposição espontânea, após cada corte. Por apresentar altos teores de amido e celulose em sua composição e não requerer cuidados especiais para o seu cultivo, o bambu é tido como promissor na produção de etanol. Teoricamente, 70 a 85% do colmo, constituído por amido e celulose, podem ser transformados em álcool, com rendimento provável de 250 a 380 l/t de bambu, produção que pode superar a da cana-de-açúcar.

Contra o bambu, existem também alguns questionamentos como a sua durabilidade natural baixa e da necessidade de um tratamento, além da questão do fogo que pode representar um risco nas habitações.

O bambu é o recurso natural que se renova em menor intervalo de tempo, não havendo nenhuma outra espécie florestal que possa competir com o bambu em velocidade de crescimento e de aproveitamento por área. É uma planta de grande potencial agrícola, pois além de produzir matéria prima, protege o solo quanto a contaminações e erosão.